domingo, 13 de março de 2016



MOLUSCOS GASTRÓPODES TERRESTRES

Os moluscos terrestres formam um grupo heterogêneo pertencente à classe gastrópoda, que experimentou provavelmente várias invasões ao ambiente terrestre. 
Em geral, vivem em florestas úmidas, alimentando-se de matéria vegetal viva ou morta; algumas poucas linhagens tornaram-se carnívoras secundariamente. Apresentam importância para o homem como alimento e como agentes de reciclagem nos ecossistemas. Algumas espécies são consideradas pragas agrícolas, enquanto outras são fontes de importantes substâncias medicinais e de pesquisas, sendo também utilizadas no controle biológico de outras pragas. Apesar da alta diversidade e importância ecológica, os moluscos terrestres tem sido proporcionalmente pouco estudados. Em face do alto grau de endemismo das espécies e da rápida degradação de seus habitats, muitas espécies devem estar sendo extintas antes mesmo de serem conhecidas. A  formulação de estratégias de preservação deve levar em conta, sem dúvida, a necessidade de incremento de conhecimento sobre a malacologia, a formação e contratação de pesquisadores, a valorização de coleções e a preservação de todos os subconjuntos de ambientes naturais. 
As principais coleções de moluscos terrestres são as do Museu de Zoologia da USP; Museu Nacional do Rio de Janeiro e Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.




Megalobulimus abbreviatus (Becquaert, 1848). 
Classe: Gastropoda terrestre. Subclasse: Pulmonata. Ordem: Stylommatophora. Família: Megalobulimidae. 
Espécie que habita o sul do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Vive em ambientes úmidos protegidos pela vegetação. Permanece enterrado durante o dia e é ativo somente à noite. A concha pode atingir até 8 cm de comprimento formando um peristoma refletido de cor rosea.
Os Stylommatophoros constituem o maior grupo dos pulmonados, cerca de 92 famílias, e caracterizam-se pelo hábito terrestre e por possuírem dois pares de tentáculos. O par posterior sustenta os olhos na sua extremidade, motivo do nome do grupo - estilomatóforo. Como todos os moluscos pulmonados, M. abbreviatus é uma espécie hermafrodita, mas realiza sempre fecundação cruzada e pode reproduzir-se e desenvolver-se em cativeiro. 
Aquisição: coleta em capão de mato no município de Canoas, RS.


                          
Pomacea canaliculata (lamarck, 1822)
Família: Ampullariidae; habitat aquático (rios, lagos e lagunas de água doce); distribuição: centro-sul da América do Sul (Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia);  procedência dos exemplares da foto: Rio Jacuí, praia de Triunfo, RS; coleta: Dari J. Simi.








MOLUSCOS BIVALVES

Glycymeris decussata (Linnaeus, 1758) – Classe: Bivalve, Subclasse -Pteriomorpha, Ordem - Arcoidea. Família - Glycymerididae; habitat marinho, de larga distribuição mundial;  Cerca de 100 espécies deste gênero são encontradas em estado fóssil, sendo muito comuns e distribuídas largamente em todo o mundo, desde o Cretáceo (112 m.a.).
Aquisição: coleta praia da Pinheira, SC, Brasil.




Amiantis purpurata (Lamarck, 1818).  Classe: Bivalve; Família - Veneridae.
Aquisição: coleta na praia de Pinheiras, SC, Brasil.



Pecten maximus (Linnaeus, 1758).  Classe: Bivalve; Subclasse: Pteromorphia; Ordem: Pterioida; Família: Pectinidae. Medidas: de 13 a 15 cm.  As valvas são diferentes, a inferior é plana e a superior é convexa. Contém cerca de 17 costelas. É abundante na América do Norte, norte da Europa e Japão. A concha é o emblema da Sociedade Petrolífera Shell.
Aquisição: compra




Pecten ziczac (Linnaesus, 1758). Classe: Bivalve. Medida: 80 mm.
Aquisição: compra

terça-feira, 8 de março de 2016







MOLUSCOS GASTRÓPODES MARINHOS 



0007 - Olivancillaria urceus (Roding, 1798) – Gastropoda, Ordem -Hypsogstropoda, Subordem - Neogastropoda, Superfamília - Olivoidea, Família - Olividae; habitat marinho, nerítico, subtropical; habitat marinho da zona inter marés, em fundo arenoso; distribui-se por todo o litoral atlântico da América do Sul. Carnívoro, alimenta-se de outros moluscos, equinodermes e crustáceos. Seu comprimento pode chegar a 60 cm.  
Aquisição: coleta



0020 - Voluta ebraea (Linnaeus, 1758) – Sinônimos: Voluta hebraea Born, 1778; Voluta chloragina Lamark, 1811; Voluta turbinata Kiener, 1839 – Ordem Neogastropoda, Superfamília - Murcoidea, Família - Volutidae; habitat marinho; distribuição: encontrada somente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil (do PA até a BA), sendo endêmica destas regiões; seu nome faz alusão aos padrões de desenhos que lembram a escrita hebraica; habita fundos arenosos, entre corais e rochas. Pode ser encontrada em águas rasas ou profundidades  de até 70m.
Aquisição: compra


Incatella cingulata (Sowerby, 1825) – sinônimo: Turritella cingulata Sowerby, 1825 – Ordem Sorbeoconcha, Superfamília: Cerithiioidea, Fam. Turritellidae, Subfam. Turritelinae; habitat marinho; distribuição: oeste da América do Sul (Equador, Peru, Chile); procedência: Iquique, Tarapaca, Chile; 55 mm.
Aquisição: Doação Alfeu Caldasso



0037 - Lambis lambis (Linnaeus, 1758) - Classe - Gastropoda; ordem - Littorinimorpha; família Strombidae; espécie - Lambis lambis. Espécie muito comum no Pacífico Indo-Oeste. Vive em áreas de mangue, recifes de coral e águas rasas de níveis de maré baixa com profundidade de 5m. Encontra-se geralmente em associação com algas vermelhas. A concha pode chegar  até 200 mm. Sua coloração exterior é branca ou creme com manchas marrons. Em seu interior as colorações são laranjae, rosas ou violetas.
Aquisição: compra



0035 - Cymatium rehderi (Verrill, 1950). C. raderi ( D'Attilio & Myers, 1984).  Classe - Gastropoda. Ordem - Littorinimorpha; Família - Cymatiidae; Espécie - Cymatium rehderi.  Distribuição: Atlântico Norte e Mar do Caribe.  Vive em fundos arenosos, rochosos e principalmente em recifes de corais, em profundidades de até 10m. Carnívoras, alimentam-se de outros gastrópodes, estrelas do mar, ouriços e outros. Seu tamanho pode chegar a 250mm.
Aquisição: compra.


0029 - Cypraea caputserpentis (Linnaeus, 1758) - Classe - Gastropoda. Ordem - Littorinimorpha; Família - Cypraeidae; espécie - Cypraea caputserpentis. Da região Indo-Pacífico Ocidental e América Central. Vive em pedras e fendas ou expostas em corais. São carnívoras e seu tamanho pode chegar a 43mm.
As Cypraeas são mais comuns nos Oceanos Pacífico e Indico.  No Brasil temos apenas quatro espécies de Cypraeas: C. acicularis, C. zebra, C. cinerea e C. surinamensis (muito rara).
Aquisição: doação.



0021 - Cypraea tigris.  Classe - Gastropoda; Ordem - Littorinimorpha; família: Cypraeidae. Espécie que vive na região do Indo-Pacífico - Filipinas , Austrália, costa oriental da África, Micronésia e Polinésia. Vive em profundidades de 10 a 40 m., associada a colônias de corais.  Sai à noite em busca de alimentos de corais, esponjas e vários invertebrados. 
Aquisição:

0026 - Cypraea annulus.  Classe: Gastropoda

0027 - Cypraea moneta. Classe:Gastropoda




0001 - Adelomelon beckii (Broderip, 1836). Classe: Gastropoda. Ordem: Neogastropoda. Família: Volutidae. Esta espécie é considerada a maior da costa brasileira, podendo atingir até 60 cm de comprimento. Animal de hábito carnívoro. Vive em fundos arenosos e lamosos enterrada ou sob ele e em fundos de cascalho de corais, rochas ou conchas, de 40 a 300 m de profundidade. Distribui-se do Espirito Santo ao Rio Grande do Sul, no Brasil, e também na costa uruguaia e argentina.
O exemplar da foto mede 42 cm. Aquisição: Doação; coletada em Santa Catarina, SC.



0003 - Cassis tuberosa.  Classe: Gastropoda
Aquisição: compra em Tramandaí, RS



0002 - Pachycymbiola (= Adelomelon) brasiliana (Lamarck, 1811).  Classe: Gastropoda; família - Volutidae.
Aquisição: Doação; encontrada na praia do Cassino, RS.

0032 - Strombus pugilis (Linnaeus, 1758).  Classe:Gastropoda
Aquisição: doação



0036 - Hexaplex radix.  Classe: Gastropoda; família- Muricidae
Aquisição: compra

0034 - Tectus pyramis


0034 - Tectus pyramis
Aquisição: doação de Alfeu Caldasso



0031 - Murex pecten.  Classe: Gastropoda; Família - Muricidae
Aquisição: compra



0019 - Vasum cassiforme (Kiener, 1840).  Classe: Gastropoda
Aquisição: doação



0022 - Aliger gallus (Linnaeus, 1758). Classe: Gastropoda.
Aquisição: compra, Bahia, BA, Brasil



0024 - Pugilina morio
Aquisição: doação e compra

0004 - Buccinanops gradatus (Deshayes, 1844)
Aquisição: coleta em Santa Catarina



0006 - Stramonita haemastoma (Linnaeus, 1767).
Aquisição: coleta na Praia de Pinheiras, SC, em janeiro de 2016.

0028 - Terebra gemmulata (Kiener, 1839. Sinônimos: Terebra chilensis e Terebra patagonica. Família: Terebridae; Origem: 
 Aquisição: compra


0018 - Tonna galea brasiliana (Mörch, 1877).  Sinônimo - Tonna antillarum Mörch. Classe: Gastropode; família: Tonnidae; Localidade tipo: Mediterrâneo; habita em toda a costa marítima brasileira. Vive em fundos arenosos enterrados ou sob ele. Tamanho médio - 300 mm.   
































quarta-feira, 14 de outubro de 2015




O BOMBARDEIO DA TERRA PELOS METEORITOS


Artigo publicado no Correio do Povo de Porto Alegre
em 24 de março de 1974 por Fernando G. Sampaio


terça-feira, 22 de setembro de 2015





CRATERA DE IMPACTO DO CERRO DO JARAU, RS, BRASIL 

Pesquisa de Dari José Simi

 Crateras de impacto por meteoritos são formações raras no planeta e de extrema importância para o conhecimento da evolução geológico e biológica da Terra por se tratarem de eventos catastróficos que causaram extinções em massa e movimentaram camadas geológicas. No Brasil sete crateras de impacto estão cientificamente comprovadas, dentre estas, quatro já classificadas como possíveis sítios geológicos.
 O Cerro do Jarau está localizado no sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul, no município de Quarai, RS, quase na divisa com a República Oriental do Uruguai e se insere no contexto geológico da Bacia do Paraná. Trata-se de uma feição semicircular de aproximadamente oito quilômetros de diâmetro, com cristas elevadas, que se diferenciam geomorfologicamente do Pampa Gaúcho.
Diversos estudos científicos ressaltam o padrão de uma estrutura com o centro soerguido, com a ocorrência de arenitos da Formação Botucatu no centro e basaltos da Formação Serra Geral na borda, sendo levantada a suspeita de se tratar de uma estrutura causada por  impacto de meteorito.
Estudos posteriores chegam a conclusão que a estrutura é uma cratera de impacto e que apresenta feições de deformação nas diversas unidades que afloram no local. (Joana Paula Sánchez e Maria da Glória Motta Garcia - "A cratera de impacto do Cerro do Jarau,RS, Brasil: uma abordagem geoturística").
As imagens que postamos são todas tiradas da internet. Utilizamos, para comparação, uma imagem da cratera de impacto da Serra da Cangalha, no Estado do Tocantins.
Estive visitando o cerro do  Jarau há alguns anos. Meu interesse na época era a história. Trouxe para minha coleção alguns fragmentos de rocha que aparentam serem geradas a temperaturas e pressões altíssimas.  Pouca gente sabe que o Jarau é uma cratera de impacto de meteorito, fato ocorrido há muitos milhões de anos. Os estudos são ainda muito recentes. O assunto me despertou quando iniciei um estudo sobre os meteoritos que caíram no Rio Grande do Sul. O trabalho de pesquisa encontra-se em meu blog Minerais e Fósseis RGS.
O Jarau é mais conhecido como cerro histórico/lendário.  A  Salamanca do Jarau, que João Simões Lopes Neto escreveu e divulgou em seu livro "Lendas do Sul", contribuiu para a divulgação da famosa lenda do Jarau, contada por Blau Nunes -  da princesa moura que anhangá-pitã a transformou em Teiniaguá (lagartixa com cabeça de fogo). Para escrever a lenda, Simões Lopes Neto consultou autores mais antigos que trataram do assunto. Isto é pouco conhecido e divulgado.  Entre eles o mais importante foi o argentino Daniel Granada que estudou as antigas lendas originárias da Espanha e as publicou em seu livro, hoje muito raro, "Reseña histórico-descriptiva de antiguas y modernas supersticiones del Rio de la Plata", obra publicada em Montevideo em 1896. Entre outras lendas
, Granada estuda toda a origem das Salamancas (furnas encantadas). Na página 126 Granada diz "En la salamanca de los cerros de Yarao mora el Teyuyaguá. De allí salió la vez primera que ojos humanos contemplaron maravillados el peregrino resplandor que le hermosea."


Cerro do Jarau.
Imagem de satélite tirada da internet

Cerro do Jarau
Imagem de satélite tirada da internet

Cratera de impacto na Serra da
Cangalha, Tocantins, Brasil.
Imagem de satélite tirada da internet

Marco na entrada para o Cerro do Jarau

Cerro do Jarau

Cerro do Jarau, em Quarai, RS. Imagem da internet


sábado, 22 de agosto de 2015



SUBTERRÂNEOS INDÍGENAS OU PALEOTOCAS?

Artigo de Fernando G. Sampaio no "Correio do Povo",
 Porto Alegre, 7 de outubro de 1973

O mistério das galerias subterrâneas, artigo de João Alfredo Rohr
publicado no Correio do Povo de Porto Alegre em 28 de março de 1971.

segunda-feira, 20 de julho de 2015




OS TRONCOS FÓSSEIS DE CONÍFERAS DE MATA E SÃO PEDRO DO SUL - RS

Os municípios de Mata e São Pedro do Sul possuem grande interesse científico, pois se situam sobre um dos sítios paleontológicos mais importantes do Brasil, constituído de importantes registros fósseis de animais e de plantas com mais de 200 milhões de anos.
A cidade de Mata possui o museu Pe. Daniel Cargnin, que conta com um acervo de 2.500 exemplares de fósseis da região e do Brasil, minerais, peças arqueológicas e objetos de caráter histórico que contam a história da cidade.  Mata possui também um Jardim Paleobotânico com troncos fósseis na posição e local dispostos pela natureza e permanecem assim como foram encontrados.
São Pedro do Sul, município situado próximo à Mata, também possui os mesmos troncos fósseis e o registro de um dicinodonte, réptil triássico, encontrado anos atrás. Os fósseis podem ser vistos no Museu Paleontológico e Arqueológico Walter Ilha.
A região de Mata e São Pedro do Sul, rica em fósseis da fauna e flora do triássico, intervalo de tempo entre 250 e 200 milhões de anos, é constituída de rochas da chamada Bacia do Paraná.